Cada um que vai, leva um pedacinho do coração...

Exatamente uma semana sem escrever e nessa semana algumas coisas aconteceram.

Como disse no post anterior, quis que quis ir embora, mas depois de muita gente me dar forças pra continuar seguindo, decidi que vou ficar e ir até o fim (ou tentar).

Não desci no Rio de Janeiro porque estava na crise do “vou embora” e se descesse, era capaz de não subir de volta...

No dia seguinte eu fui com a Erika e a Quely pro Crew Bar porque ia ter festinha, a festinha até que tava boa, tirando o som, que repetia toda hora, e o calor que está causando nas nossas noites. Cadê o ar condicionado?

No trabalho, como se já não bastasse o bendito do colombiano (Gustavo/Gigio) que fica pegando no meu pé, chegou esses dias o Sanitation (um jamaicano enorme!) e desde então tudo tem que estar 100% limpo 100% do tempo (o que no crew mess é impossível com a quantidade de gente porca)

No dia 2 (eu tenho marcado os dias, por isso sei USHSAU porque me perco fácil no tempo aqui) o Sanitation resolveu causar! Quis que limpássemos o chão do crew mess :) o rejunte que não deve ter sido esfregado desde 1987, quando o navio foi inaugurado!

Saímos normalmente do trabalho umas 21h30, e nesse dia, devido ao esfrega esfrega no chão, a quantidade de água que ficou, saímos 00h00 e A CA BA DOS. Até o FMB (Chefe de Alimentos e Bebidas que enche o saco com a limpeza) e o Metre foram ver a General Clean (Limpeza Geral)

No dia seguinte... Alguém  viu minha coluna? HSUHSAU

A noite fui lavar roupa e bati na porta da cabine da Karine e da Ana, e a Ana, de medical off, me atendeu e ficamos lá conversando muito, até ir atrás da Cris, depois pro Deck 8 no escuro que tava sensacional porque dava pra ver todas estrelas!

Depois fomos pra cabine do Lucas com o Luan e a Eliane, pra depois ir pro Deck pelo corredor de passageiros gargalhando depois de ouvir vários gemidos (de homem! ASUHSUAH).

No dia seguinte, saí na Argentina! Combinei na noite anterior com a Cris, de irmos passear nuns pontos turísticos, já que descemos em Buenos Aires toda semana e só conhecemos o porto e o mercado.

Saímos, pegamos um mapa no Porto, seguimos a pé mesmo a avenida,  rumo a Casa Rosada, paramos pra tomar um sorvete e perdemos o mapa (y) BOUA! Caiu num buraco la, onde compramos o sorvete.

Continuamos o mesmo caminho e achamos a Casa Rosada, que nem é tão rosada, e nem é tão grande, mas enfim, tiramos fotos de turistas na Argentina HSAHASHSAU Depois fomos atrás do Obelisco, tiramos fotos numa Igreja que eu não sei qual era, e depois de andar muito, passamos pela Rua Florida (que eu tinha ido na outra semana) e viemos embora, a pé, a ponto de chegar na hora certa porque tinha Drill (Simulado de Emergência).

Hoje (06/03) eu acordei no horário certo pra não dar assunto pro Gustavo me encher o saco, e já de cara tomei um soco no estomago.

Aí começa o assunto do título do post...

Depois de ver tanta gente indo embora (Elza, Fran, Catarine, Jacira, Ronie, Aline..), ontem a Mylenna deu a notícia que ia embora para o Grand Holiday (outro navio da mesma companhia) porque surgiu uma vaga lá, e ela vai porque a irmã está lá.

Egoísmo nosso querer ela aqui, sozinha, enquanto pode ter alguém que ama tanto por perto durante todos esses meses.

Me conformei com a ideia de não ter mais uma companheira pra seguir em frente nesse mundo de loucos que é esse navio. Sei que combinamos de seguirmos juntos até a Europa, mas o destino  não quis assim.

Tá que você fica chateado quando as pessoas vão embora, mas tristeza mesmo, de querer chorar e segurar elas aqui, comecei a sentir desde semana passada, talvez porque completei 2 meses embarcado, e assim, são 2 meses de convivência, visto que cada dia é uma semana e cada semana é um mês, ou seja, o convívio intensivo e forçado que temos, nos torna próximos demais.

Voltando ao dia de hoje, o Emanuel me disse no café que o Fabiano tinha ia embora. Desabei.

O Fabiano, 1º confeiteiro, foi uma das primeiras pessoas que eu e a galera que chegou comigo, conheceu aqui dentro, lá no Deck 8, num belo dia antes do navio sair do porto do Rio, dia 30/12.

Com o passar dos dias, todos nós fomos nos apegando a ele, que brinca, zoa, briga e nos faz bem. Conversa com todo mundo, une as pessoas de áreas distintas numa mesma  mesa pra tomar café, ou jantar, coisa que mais ninguém faz.

Enfim, a filha dele está doente no Rio, e ele vai desembarcar amanhã, junto com seu companheiro de cabine, Tomonari, que caiu e machucou a perna, tendo que pedir pra sair, por motivos médicos.

Não sei como vai ser, mas sei que muita coisa vai perder a graça.

O jeito é seguir, pedir forças e se contentar com muita saudade que vai dar.

Recado Extra: Minha Família, Meus Amigos, AMO VOCÊS.