Tem coisas que você só vai saber na vida, se tentar. Trabalhar
em navio é uma dessas.
É uma experiência única, incrível e as vezes traumatizante.
Eu, que não sou mais um marinheiro de primeira viagem, senti um impacto muito grande e imagino que pra galera que nunca havia pisado em um navio, foi pior ainda.
O trabalho nesse navio é muito mais intenso. O buffet, onde eu estou, não para nunca. Só a noite. Café da manhã, almoço, pizza e jantar. Quando uma linha fecha, a outra abre e enfim, enquanto uns estão limpando todas as linhas usadas, outros estão ralando nas outras linhas que ainda não fecharam, e nisso rola um revezamento, onde ninguém tem o direito de terminar o serviço e sair pra um break. O negócio aqui é: mantenha-se trabalhando, mesmo se não tiver absolutamente nada pra fazer: invente.
Entre várias coisas que senti diferenças, estão a comida e a qualidade de vida. A comida, apesar de não ter gosto de nada, as pessoas dizem que não é ruim. Eu estava acostumado com arroz com sal, feijão e máfia na cozinha da Ibero, então aqui o que posso comer a todo momento sem reclamar, é o que tem no buffet: pizza, hambúrguer, hot dog, kebab, batata frita e essas coisas que não são muito “geração saúde” rs. Capaz que eu engorde... Será?
Aqui na MSC, você não tem a liberdade de sair de chinelo pelos corredores (só pelo deck 3, onde você mora e tem uma porta contra água em cada corredor separando, ou seja, se você for querer ir pro outro corredor, você ou abre a maldita porta (que não pode e todo mundo abre) ou então sobe as escadas e desce as outras (correndo o risco de ser pego por alguém de chinelo no corredor do 4). Na Ibero você podia andar de chinelo pelo 2, pelo 3 e ainda ir até o deck 8 na frente ou na traseira do navio, brisar um pouco.
Aqui não tem deck 8 pra brisar. Aqui você tem um deck aberto (acho que é o 7) com uma MINI piscina. Porém fica aberto só das 9h as 19h (horário que muita gente ta trabalhando) e depois desse horário FECHAM a porta (y) ou seja, você pode sair da sua cabine, ficar no seu corredor ou ir no Crew Bar.
O Crew Bar aqui, ao contrário da Ibero também, não tem música. Tem uma big TV que fica praticamente todo o tempo passando jogo de futebol e a italianada surtando ¬¬’
No Crew Bar é o Smoking Point, ou seja, O ÚNICO LUGAR ONDE OS TRIPULANTES PODEM FUMAR. Não tem deck nenhum, só o crew bar, então imagine o cheiro do lugar (y) delícia! E com o detalhe de que, na Ibero reclamávamos por fechar o bar as 2h e aqui fecham 1h30 :) Estou a 11 dias a bordo e não houve nenhuma crew party, nenhuma festinha, nada! E disseram que não há faz tempo.
No crew mess (que na Ibero era aberto 24h e você podia ir la ver tv, beber um leite, comer alguma coisa...) você só entra nos horários de refeição (café, almoço, jantar e jantar da madrugada). Nada mais.
Com toda certeza, foi um enorme impacto pra mim, e ainda está sendo. Além de que, por não ter esse envolvimento de ter espaços abertos pros tripulantes frequentarem, cada um se limita no seu espaço: crew anda com crew, staff com staff. É raro eu ver o contrário, a não ser quando você tem um relacionamento com um. Officer então, nem comento.
As diferenças culturas ocorrem em todo contrato, em qualquer navio. Você não vai entender muita coisa do que os indonésios ou indianos dizem, vai se enrolar com o inglês dos italianos e vai tentar entender os diferente sotaques dos hondurenhos rs.
Cada um com seu cada um. E mesmo que surja aquela vontade imensa de voar no pescoço de algum desses filhos de uma boa mãe, a melhor coisa é se segurar. Apenas, já que qualquer agressão física é desembarque na certa.
Acho que deu pra contar um pouco como esta sendo a diferença que estou sentindo a bordo dessa nova casa flutuante.
Fico por aqui, porque meu maior break do dia ( de duas horas) está chegando ao fim bem na hora em que chegamos no porto de Messina, na Itália (só pra garantir que não vou sair do navio mais um dia e vou icar mofando naquele buffet com aqueles passageiros passa- fome.)
Beijo beijo, tchau!
É uma experiência única, incrível e as vezes traumatizante.
Eu, que não sou mais um marinheiro de primeira viagem, senti um impacto muito grande e imagino que pra galera que nunca havia pisado em um navio, foi pior ainda.
O trabalho nesse navio é muito mais intenso. O buffet, onde eu estou, não para nunca. Só a noite. Café da manhã, almoço, pizza e jantar. Quando uma linha fecha, a outra abre e enfim, enquanto uns estão limpando todas as linhas usadas, outros estão ralando nas outras linhas que ainda não fecharam, e nisso rola um revezamento, onde ninguém tem o direito de terminar o serviço e sair pra um break. O negócio aqui é: mantenha-se trabalhando, mesmo se não tiver absolutamente nada pra fazer: invente.
Entre várias coisas que senti diferenças, estão a comida e a qualidade de vida. A comida, apesar de não ter gosto de nada, as pessoas dizem que não é ruim. Eu estava acostumado com arroz com sal, feijão e máfia na cozinha da Ibero, então aqui o que posso comer a todo momento sem reclamar, é o que tem no buffet: pizza, hambúrguer, hot dog, kebab, batata frita e essas coisas que não são muito “geração saúde” rs. Capaz que eu engorde... Será?
Aqui na MSC, você não tem a liberdade de sair de chinelo pelos corredores (só pelo deck 3, onde você mora e tem uma porta contra água em cada corredor separando, ou seja, se você for querer ir pro outro corredor, você ou abre a maldita porta (que não pode e todo mundo abre) ou então sobe as escadas e desce as outras (correndo o risco de ser pego por alguém de chinelo no corredor do 4). Na Ibero você podia andar de chinelo pelo 2, pelo 3 e ainda ir até o deck 8 na frente ou na traseira do navio, brisar um pouco.
Aqui não tem deck 8 pra brisar. Aqui você tem um deck aberto (acho que é o 7) com uma MINI piscina. Porém fica aberto só das 9h as 19h (horário que muita gente ta trabalhando) e depois desse horário FECHAM a porta (y) ou seja, você pode sair da sua cabine, ficar no seu corredor ou ir no Crew Bar.
O Crew Bar aqui, ao contrário da Ibero também, não tem música. Tem uma big TV que fica praticamente todo o tempo passando jogo de futebol e a italianada surtando ¬¬’
No Crew Bar é o Smoking Point, ou seja, O ÚNICO LUGAR ONDE OS TRIPULANTES PODEM FUMAR. Não tem deck nenhum, só o crew bar, então imagine o cheiro do lugar (y) delícia! E com o detalhe de que, na Ibero reclamávamos por fechar o bar as 2h e aqui fecham 1h30 :) Estou a 11 dias a bordo e não houve nenhuma crew party, nenhuma festinha, nada! E disseram que não há faz tempo.
No crew mess (que na Ibero era aberto 24h e você podia ir la ver tv, beber um leite, comer alguma coisa...) você só entra nos horários de refeição (café, almoço, jantar e jantar da madrugada). Nada mais.
Com toda certeza, foi um enorme impacto pra mim, e ainda está sendo. Além de que, por não ter esse envolvimento de ter espaços abertos pros tripulantes frequentarem, cada um se limita no seu espaço: crew anda com crew, staff com staff. É raro eu ver o contrário, a não ser quando você tem um relacionamento com um. Officer então, nem comento.
As diferenças culturas ocorrem em todo contrato, em qualquer navio. Você não vai entender muita coisa do que os indonésios ou indianos dizem, vai se enrolar com o inglês dos italianos e vai tentar entender os diferente sotaques dos hondurenhos rs.
Cada um com seu cada um. E mesmo que surja aquela vontade imensa de voar no pescoço de algum desses filhos de uma boa mãe, a melhor coisa é se segurar. Apenas, já que qualquer agressão física é desembarque na certa.
Acho que deu pra contar um pouco como esta sendo a diferença que estou sentindo a bordo dessa nova casa flutuante.
Fico por aqui, porque meu maior break do dia ( de duas horas) está chegando ao fim bem na hora em que chegamos no porto de Messina, na Itália (só pra garantir que não vou sair do navio mais um dia e vou icar mofando naquele buffet com aqueles passageiros passa- fome.)
Beijo beijo, tchau!