Bom, quem me conhece pessoalmente, virtualmente, sendo pelo facebook, youtube ou até mesmo pelo Whatsapp, sabe do jeito esquentado que eu tenho e como eu gosto de falar a verdade, esclarecendo os fatos sempre, doa a quem doer.
Há quem diga que sou arrogante, quando falo com as pessoas, já ouvi muito isso, porém, se você for me conhecer a fundo, você pode se surpreender.
Claro que muitas vezes ao conhecer alguém, acontece de rolar um pré conceito, um pré julgamento (muitas vezes esse conceito só se concretiza com o tempo, mas também pode se transformar muito!)
Quem me conhece, vive, trabalha e se relaciona comigo, sabe que sou, embora não aparente tanto na "capa" que mostro, um cara bem humilde e sempre que posso, ajudo as pessoas.
Eu não aprendi tudo que sei hoje sozinho. Minto, coisas como fotografia, edição de imagem e design gráfico eu aprendi na raça mesmo haHa, mas na questão de vida a bordo, eu entrei totalmente virgem.
Como já disse desde o começo do blog, quando eu embarquei em 2011, não existiam grupos no facebook, haviam umas comunidades no orkut e meia dúzia de blogs mal atualizados que me davam uma base pra saber que a vida a bordo não era uma história da Disney.
Passei numa posição hierárquica baixa, por falta de experiência e idioma. Cheguei no meu primeiro navio, na humildade, sem conhecer ninguém e me dando a experiência de aprender com o próximo.
Aprendi muito! Tanto trabalhando, como convivendo e com as línguas a bordo.
Fui e sou humilde hoje e sempre pra dizer que saí antes do tempo e não tenho vergonha disso. O salário era baixo, era trabalho demais por míseros 500 dólares, e depois de conhecer todos os portos por onde passamos e curtir muito cada lugar, eu voltei pra casa, pouco depois embarquei em outra companhia, e sendo tudo novo, continuei aprendendo cada vez mais.
Hoje eu tenho experiência pra passar pros novos tripulantes, que não são poucos, e que já tem uma puta ajuda tanto nos grupos pelo facebook, whatsapp ou seja lá onde mais (que também não são poucos).
Porém, hoje em dia, por ser um ramo mais "banalizado" e "fácil" as pessoas querem saber mais do que realmente sabem e não querem aprender com o próximo.
Quando tinha dúvidas com relação a MSC, sempre pesquisei e perguntei nos grupos da mesma companhia, tanto quando nos grupos que agregam todas as companhias.
Quando troquei de companhia, saindo da MSC e ingressando no grupo Royal pra trabalhar na Pullmantur, fui tirar umas dúvidas em grupos da mesma companhia, entrei em dois grupos da Pullmantur, de mesmo nome, porém com tópicos diferentes, e quando postei minhas dúvidas, fiquei perplexo com tripulantes e ex tripulantes me respondendo agressivamente, com ignorância e enfim, me perguntei como os tripulantes da MSC (que sempre se fodem, no português claro, e que recebem no caso do restaurante, um salário inferior a Pullmantur) eram tão mais prestativos que os tripulantes da Pullmantur (que recebem mais e tem condições de vida melhores).
E o mesmo acontece em muitos outros lugares.
Participo de um grupo no Whatsapp (sim, estou citando o Vida de Crew), onde são 50 pessoas que já embarcaram, que estão embarcando e que sonham em embarcar.
Vivo sendo chamado de grosso, estúpido e até de arrogante, por apenas dizer a verdade, porém, muitos conversam comigo separadamente e partem dos mesmos princípios e opiniões, mas não falam abertamente por medo de serem julgados, como eu sou, ou então simplesmente por não quererem se estressar com coisas insignificantes.
Queria deixar claro, que você lendo desde o começo do texto, dá pra entender que não aprendi tudo sozinho, certo? Tudo que aprendi, foi ensinado e me passado por alguém que já tinha experiência nisso.
Hoje eu tenho experiência "nisso".
Trabalhei 5 meses em uma Companhia, migrei pra outra e trabalhei por um longo contrato de exatos 9 meses (o que hoje não existe mais, porque o máximo são 7, 8 meses) e depois ainda voltei pra mesma companhia, trabalhando por mais três meses e meio.
Vi de tudo, ouvi de tudo, convivi com tudo, suportei de tudo.
Vi as coisas certas e as coisas erradas que aconteciam e muitas vezes eram abafadas.
Convivi com tudo quando é tipo de nacionalidade, desde os Samoas (que eu nem sabia que existiam), a Indonésios, Indianos, Mexicanos, Italianos, Búlgaros, Ucranianos, Espanhóis, Cubanos, pessoas de Madagascar! (você sabia que não é só um filme? então...)
Suportei passar fome, sede, horas cansativas de trabalho, já trabalhei por 19 horas em um dia (sim, isso aconteceu, mas foi porque eu aceitei, não foi exploração), suportei humilhações, dores, até uma ameaça de morte!
Quando digo que tenho experiência, não estou minimizando e inferiorizando ninguém, estou tentando fazer as pessoas entenderem, que eu posso ajudá-las de alguma forma, e quem sabe poder criar uma amizade (muita gente nem me conhece pessoalmente e gosta de mim, por que algumas pessoas não podem tentar?)
Cabe a cada um colocar o dedo na consciência e ver se quando eu ou qualquer outra pessoa que já embarcou, começa a dizer algo, se estamos nos maximizando, nos engrandecendo e inferiorizando alguém. É uma pequena questão de interpretação dos fatos.
Acredito que a vida a bordo é uma coisa tão incrível e intensa, que é só estando lá pra se saber como é.
Você pode achar que sabe como é, como vai ser, ter ouvido muito bem ou muito mal, tentar mentalizar que vai ser um inferno ou um paraíso... Mas sem pisar da gangway pra dentro e passar um certo tempo, você não pode nem imaginar o que aquele mundo te reserva.
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